A Odontologia chega à UTI


Cuidados odontológicos dos pacientes críticos são básicos para manter a saúde bucal e promover o bem-estar. Além disso, o serviço ajuda a prevenir infecções hospitalares sistêmicas relacionadas ao sistema estomatognático, em especial as respiratórias, que prejudicam a recuperação do paciente. Apesar do baixo custo do atendimento odontológico, poucos hospitais realizam tal procedimento em suas UTIs

Revista Brasileira de Odontologia

" A SOBRATI destacou-se como primeira Sociedade Nacional a receber odontólogos em seu quadro associativo. Atualmente possui pesquisadores mestres traçando perfil, diagnóstico e tratamento no ambiente UTI. Já propomos a nova sub-especialidade Odontologia Intensiva Parabéns a ABO, estaremos ratificando sua importância no serviço público e privado." ( Adendo do site MedicinaIntensiva )

Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) devem receber - como o próprio nome sugere - cuidados especiais e constantes, não só para tratar o problema que o levou à internação, mas também para cuidar dos demais órgãos e sistemas, que podem sofrer alguma deterioração prejudicial para sua recuperação e prognóstico. Nesses cuidados deve estar incluído o tratamento odontológico, com higiene bucal adequada, dada a inter-relação entre doenças bucais e sistêmicas. No entanto, é raro encontrar um cirurgião-dentista fazendo parte da equipe multiprofissional das UTIs.Esse atendimento específico busca manter a higiene bucal e a saúde do sistema estomatognático do paciente durante sua internação, controlando o bio­filme e prevenindo e tratando a cárie, a doença periodontal, as infecções peri-implantares, as estomatites e outros problemas bucais. Mas, mais do que isso, o atendimento odontológico do paciente crítico também contribui na prevenção de infecções hospitalares, principalmente as respiratórias, entre elas a pneumonia nosocomial, ou hospitalar, uma das principais infecções em pacientes de UTI favorecidas pelos microrganismos que proliferam na orofaringe. Sua ocorrência é preocupante, pois é bastante comum entre esse grupo de pacientes, provocando um número significativo de óbitos, prolongando a internação do paciente e exigindo mais medicamentos e cuidados.

Bacteremias de bastonetes Gram-negativos são uma das causas dessa pneumonia. Estas bactérias podem chegar ao trato respiratório através da microaspiração da secreção colonizada por elas presente na cavidade bucal e faringe do paciente. A proliferação destes patógenos ocorre pela falta de uma higiene bucal adequada ao paciente crítico e por outras alterações provocadas por infecções na boca.