MINISTRO PADILHA É O NOVO MINISTRO DA SAÚDE
Ji- Jornal do Intensivista
Dr Padilha é médico intensivista e infectologista. Graduado em Medicina na UNICAMP, fez pós-graduação na USP na área de infectologia. Ministro da Relações Institucionais, assume em 2011 o Ministério da Saúde no lugar do Dr José Temporão. A presidenta Dilma Rousseff estará coordenando diretamente o MS e elegeu como prioridade a reestruturação da saúde pública brasileira, sobretudo na Emergência.
Veja as Idéias do Novo Ministro
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e o futuro ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já possuem um ponto de consenso quanto à agenda de prioridades para o setor no país.
Ambos são defensores da aprovação da
lei que regulamenta a Emenda Constitucional 29, que fixa os percentuais mínimos
a serem investidos anualmente em saúde pela União, por estados e municípios.
De acordo com o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, o tema foi tratado
durante conversa com Alexandre Padilha. Em janeiro, o CFM pretende estreitar o
diálogo com o novo ministro da Saúde para apresentar suas preocupações e
suas propostas para o aperfeiçoamento da oferta da assistência.
Três são os desafios para a saúde, na visão do CFM: a garantia de
financiamento adequado, a qualificação da gestão e interiorização da
Medicina por meio da criação de uma carreira de Estado para o profissional médico.
“Nossa expectativa com relação ao novo ministro da Saúde é a melhor possível.
Com o novo governo, enxergamos a possibilidade de resolução dos problemas de
saúde do país com muito otimismo”, disse Roberto d’Avila.
Para ele, somente com a regulamentação da Emenda 29 a saúde terá caixa
suficiente para atender suas necessidades. “Apenas com a garantia de mais
investimentos e recursos será possível ampliar a rede, equipá-la e assimilar
os avanços proporcionados pela modernidade tecnológica”, pontuou. O
presidente do CFM defendeu ainda a gestão eficiente no setor: “Como Padilha
é homem técnico e político, com certeza será sensível a esta necessidade de
capacitação”.
Interiorização – A fixação de profissionais de saúde, especialmente médicos,
em áreas de difícil provimento no âmbito do SUS – tanto no interior quanto
nas grandes cidades - também é considerada uma prioridade por Roberto
d’Avila. “O país precisa de uma política pública de saúde que dê aos médicos
que vão trabalhar, principalmente em áreas remotas, a chance de carreira de
Estado para que ele possa cuidar de seus filhos e se dedicar exclusivamente ao
serviço público”, disse o presidente.
“Acredito que o novo governo esteja disposto a mudar este cenário”,
acrescentou o presidente do CFM, para quem a ausência de uma carreira de Estado
para o médico e outros profissionais da saúde traz grande dificuldade para o
Sistema Único de Saúde (SUS). Com a falta de vínculos empregatícios e com o
aumento da precarização do trabalho, cai o número de profissionais que
aceitam atuar em municípios distantes ou mesmo em áreas de periferia das metrópoles.
Sem remuneração atraente, com poucas chances de atualização e sem
perspectivas de progressão funcional, estes profissionais tendem a se fixar no
litoral e nas capitais. “Não há falta de médicos no país, portanto não há
necessidade de abrir novas escolas ou de validar diplomas obtidos no estrangeiro
sem critérios. A dificuldade é acabar com a má distribuição dos
profissionais. Para tanto, o Estado tem de agir e criar as condições que um médico
crie raízes e exerça com tranquilidade sua profissão”.
CFM e Acontece