Ajuda humanitária
Psicólogos no front da tragédia
Tão importante quanto o socorro médico e o suporte com alimentos e abrigo, é a ajuda psicológica às vítimas de crises humanitárias. É preciso reorganizar a comunidade para que a vida volte ao normal e atender pacientes com estresse pós-traumático

Por Sucena Shkrada Resk

REVISTA PSIQUE - EDITORA ESCALA - ANOV NO. 21 

Atragédia humanitária decorrente do terremoto com cerca de 7 graus de magnitude na escala Richter, que atingiu o Haiti, no Caribe, em 12 de janeiro deste ano, resultando em um número estimado de mais de 200 mil mortos, 50 mil órfãos e uma quantidade incontável de feridos e desabrigados, o que abre uma questão importante, tanto para as vítimas como para os profissionais que atuam na assistência dessas pessoas: o que situações como esta, de extremo impacto, provocam em nossa mente? Há tanta dor provocada pela morte de entes queridos, além de perdas materiais e marcas físicas e psicológicas deixadas pela tragédia, que novos cenários surgem para milhares de vidas, que passam a ser divididas entre o período antes e o depois da crise.

Rosaly Ferreira Braga Campanini, psicóloga e pesquisadora do Programa de Atendimento de Pesquisa e Violência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), explica que, apesar das situações extremas, o ser humano apresenta reações surpreendentes. "Não há dúvidas, entretanto, de que existe um limite para a questão psicológica e que existimos em relação aos outros", afirma.

MISSÃO PROFISSIONAL

A resposta na fase aguda da crise humanitária é a desorientação, segundo explica o psicólogo Márcio Gagliato, mestre em Psicologia Social, que atualmente é coordenador no Brasil da organização Save the Children UK e já participou de várias missões humanitárias no mundo pela Care International. "Algumas bibliografias dizem que as vítimas podem viver naquele momento um deslocamento interno intenso, com perda da esperança e da fé. É o ciclo do trauma, que significa um 'chacoalhão' a uma situação anormal", diz. E parte das intervenções psicológicas nessas situações tem o papel de ajudar na retomada da normalização.

"As pessoas precisam desses primeiros momentos de resgate de suas raízes, de suporte do que é conhecido. O serviço especializado auxilia neste processo. Numa fase posterior, entra o tratamento. É importante que não haja a dor física, justamente para que se permita que o sofrimento seja vivido de maneira digna e, assim, suportado", alerta Gagliato.

O primeiro passo após a tragédia é assegurar uma rede de informações que dê referências às vítimas e aos apoiadores do que realmente está ocorrendo, isso para que tenham esperança e possam se reorganizar.

 

 
Catástrofes, como os recentes terremotos no Haiti e no Chile, afetam milhares de pessoas. Assistência psicológica é essencial para que a crise seja superada

Segundo Rosaly, é importante ajudar a criar uma rede de suporte social formada pelos próprios cidadãos, o que é o mais importante trabalho psicológico na etapa subsequente ao desencadeamento da crise. "Justamente os mais resilientes tendem a organizar os grupos para restabelecer o equilíbrio psicológico e os vínculos afetivos por meio do ouvir e do conversar. Neste processo entra, inclusive, a religião", explica a psicóloga da UNIFESP. Para as vítimas, torna-se fundamental que encontrem referências de pessoas de seu bairro, como vizinhos e amigos, para que discutam suas queixas e necessidades e chorem suas perdas. (Leia artigo sobre resilência na pág. 46 desta edição).

Márcio Gagliato diz que a Organização das Nações Unidas (ONU) criou - entre 2005 e 2006 - um manual de suporte psicossocial para situações de emergência. O manual prescreve que, em um primeiro momento, quando se é instalada a crise, a coordenação de suporte psicossocial não pode separar suas ações de facilitar a transmissão das informações sobre a realidade da comunidade afetada de outras intervenções, explica Gagliato. Também é necessária a recucessári recuperação de padrões mínimos para se manter a vida com dignidade, como saneamento básico, água, distribuição de comida e saúde em geral.

É nesta etapa que o suporte em saúde mental entra, com a avaliação de reações normais a situações anormais, para que a vítima não se sinta excluída, por exemplo, por estar com dificuldade em dormir ou por ter dores musculares, cansaço, tristeza, raiva e angústia, além de necessidade de isolamento, explica Gagliato.

Após sofrer uma grave violência, algumas pessoas podem desenvolver quadros psicóticos. Um dos sintomas é o isolamento, outros são o estranhamento de si mesmo, a irritação e a ocorrência de ideias delirantes de perseguição



 

Um psicólogo em meio a tragédias

Em crises humanitárias, o profissional de Psicologia tem de agir como facilitador e não como protagonista. Essa é a opinião de Márcio Gagliato, psicólogo e mestre em Psicologia Social, atualmente coordenador no Brasil da organização Save the Children UK. Ele já atuou em diferentes missões humanitárias - muitas pela Care International - nas quais passou pela experiência de vivenciar, ao mesmo tempo, o sofrimento de milhares de pessoas e agir profissionalmente para auxiliar as vítimas. Durante sua trajetória humanitária, trabalhou no Timor-Leste e em outras regiões de conflito, como Congo, Etiópia, Ruanda, Somália, Sudão e norte do Quênia.

Gagliato afirma ter certeza de sua vocação para as causas humanitárias. Ele conta que foi escoteiro durante muito tempo: "Uma das primeiras contribuições que me levaram a querer me envolver futuramente em atividades humanitárias", diz o psicólogo. Segundo Gagliato, as pessoas que trabalham com emergências devem ter um olhar diferenciado para essas situações de exceção, como guerras e desastres naturais. Isso, segundo ele, permite que tenham vivência para a resiliência.

"O que não quer dizer que eu não me comova com essas situações. Quando eu conto as histórias de novo, eu me comovo. Nunca quero perder essa capacidade. Algumas pessoas acabam perdendo. O trauma pode trazer a negação da dor", diz Gagliato.

Quando era estudante, Gagliato fez seu meu primeiro contato com o universo humanitário no Timor- Leste, durante o período pós-guerra. "Foi uma experiência que me tocou muito", afirma. Nos últimos anos, o trabalho em diferentes localidades do mundo afetadas por crises políticas, além das humanitárias, fez com que se deparasse com situações de riscos, como carros-bombas, na Somália. No Sudão, contraiu malária e febre tifoide e ainda foi roubado. Em Gaza, se deparou com a perda de colegas.

"Ruanda foi o lugar que mais me marcou. Fui enviado para lá para trabalhar com os traumas originados desde o genocídio de 1994, quando, em três meses, mais de um milhão de pessoas foram barbaramente assassinadas. Um genocídio que foi minuciosamente planejado e executado", diz.

Na avaliação de Gagliato, muitas vezes os termos "combate à pobreza" e "desenvolvimento social" são tão esteticamente aceitos que tendem a esconder seus excessos de contradições, ideologias e interesses, aos quais se servem. "Em diversas situações, a fome não é de pão e água, mas de palavras", constata.


SEQUELAS EMOCIONAIS

O psicólogo diz que caso haja uma crise aguda traumática, a primeira orientação é fazer os primeiros socorros psicológicos à população, cuidando de proteger a própria integridade física para não se machucar ou machucar alguém. Neste momento, é importante que a comunidade participe para pensar seus problemas e imaginar soluções. "Isso é crucial. Valorizar o conhecimento local e acreditar que esse conhecimento é coadjuvante neste processo de reconstrução", avalia Gagliato. Isso inclui religiões, traços culturais e ambientes como escolas e outros locais onde se agrupam as comunidades. "São maneiras de facilitar a validação desse processo de reconstrução", afirma o psicólogo.

 

Em muitas vezes, no entanto, as pessoas não conseguem esquecer esse tipo de experiência, mas as reprimem, sem ter consciência disso. A pessoa que passa por um trauma intenso, de acordo com Gagliato, nunca será a mesma. "Mas isso não quer dizer que haverá um impedimento para que retome a vida dela", afirma o psicólogo. Já os pacientes crônicos de estresse pós-traumático, como pessoas expostas a torturas, podem ter sequelas emocionais, e chegam a desenvolver depressão profunda. Por isso a atenção após as primeiras semanas é importante, explica Gagliato.

A vivência de situações de violência muito extremada causa maior impacto psicológico, tanto para uma vítima como para um oluntário cuidador, de acordo com a psicóloga Rosaly Ferreira Braga Campanini. "A intensidade do temor e do terror que essas experiências trazem são avassaladoras e originam geralmente enorme desestabilização do equilíbrio psíquico. Causam quadros de angústia e de ansiedade. São sentimentos de aniquilação, como se fosse de morte, em muitos casos", diz. O medo intenso, por sua vez, pode desencadear uma reação fisiológica de pânico e de torpor, que podem levar a quadros de depressão.

 

 

Quesito essencial nas missões humanitárias é garantir condições mínimas de sobrevivência com dignidade. No topo da lista, o fornecimento de água e comida. Sem isso, o suporte psicológico não tem como atuar

 

Chorar, só depois da missão

A jornalista radicada na França Loetitia Raymond (foto), 38 anos, que viveu por 12 anos no Brasil, já participou de várias missões pelo mundo. Entre elas, as de ajuda humanitária pós-tsunami e de combate à crise alimentar na Nigéria. Ela concedeu entrevista à Psique Ciência & Vida por Skype enquanto estava no Haiti, compondo uma equipe da Care Internacional.

"Cresci onde tinha pobreza. Entendi que havia injustiças, ditaduras, o que sempre me afetou. Sempre procurei dar sentido à minha vida. Quando estou nas missões é uma maneira de sensibilizar, como fazer parte de uma rede e de certa forma ajudar a abrir consciências", disse. E isso não é apenas demonstração de generosidade. "Eu gosto de viajar e de confrontar situações diferentes da minha e isso me nutre também. Não quero viver por um pequeno prisma", diz.

Loetitia afirma que é muito sensível, mas quando está em ação, certas emoções são filtradas por ela. "Temos de fazer o trabalho, porque as pessoas estão chorando por verdadeiras razões de tristeza", conta. Ela não pensou duas vezes em cancelar suas férias para participar da missão no país caribenho. "Não sou dirigida pelo medo. Às vezes, acho que até sou um pouco inconsequente, quando estou em missão", avalia.

Apesar de momentos de extremo cansaço, pois se dorme muito pouco nesses períodos críticos, uma força impulsiona as ações, afirma a jornalista. "Quando vou embora, acredito que tenho direito de chorar. Depois do Tsunami, na Ásia, eu contive as lágrimas nos olhos. Ao ir embora para minha casa, chorei mais de uma hora no avião. Era sensação de extravasar toda a dor que a gente viu. Ao mesmo tempo, me sentia feliz, por ter feito o meu máximo e estar retornando ao meu lar", relata.

No Haiti, Loetitia conta que o que mais a impactou foi a amplitude da catástrofe. "Toda a cidade de Porto Príncipe tem centenas de pessoas nas ruas, em condições sanitárias terríveis. Pessoas tentam ir embora do país, desesperadas. É muito difícil ver que uma nação inteira está afetada. É uma dor contida. Por outro lado, há a dignidade das pessoas. Vejo pessoas com iniciativa, não somente esperando pela gente", diz.

Segundo a jornalista, as vítimas se organizam em comitês para limpar algumas áreas. "É um povo com história de anos e anos de crise e que sempre levanta a cabeça, como se a vida tivesse de continuar além disso tudo. É uma verdadeira lição de vida. Tenho muito respeito por essa coragem e solidariedade", afirma.

 

A experiência do dia a dia no Haiti, para Loetitia, é inesquecível. "Quando fomos participar da distribuição de kits de higiene, vimos em uma estrada muitos corpos sendo enterrados em buracos todos juntos. Uma mulher tinha acabado de ter filho e estava no chão, com o lixo ao lado dela e pensei que chance de vida teria essa criança?", recorda-se. Em outro local, um homem que ouviu o não quanto ao pedido de sair do país, estava desesperado.

Os meios de sustentação para suportar essas crises, segundo ela, podem acontecer de diversas formas. "Tivemos uma reunião da Care e todos nos demos as mãos, rezamos (mesmo em idiomas diferentes) independente de religiões. Esse sentido de união foi muito importante, pois entre os voluntários também havia pessoas que tinham perdido seus entes no terremoto", conta Loetitia.

 

 



 

Restabelecer a comunicação é muito importante em uma área abalada pela tragédia. Isso porque as vítimas precisam saber o que realmente está acontecendo para que consigam se reorganizar e ter esperança

 

Números reais

- A prevalência de transtorno de estresse pós-traumático em adultos americanos é de 5,2 milhões de pessoas, o que equivale a 3,6% da sua população. O National Institute of Mental Health, dos EUA, indica que cerca de 30% dos veteranos de guerra possuem o transtorno. O mesmo instituto diz que, em relação entre o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e o abuso e dependência de álcool e drogas (ADAD), 34,5% dos homens diagnosticados com TEPT tiveram problemas relacionados ao ADAD quando comparados com 15,1% dos homens que não tiveram diagnóstico para TEPT

ESTRUTURA PSÍQUICA

Há pessoas que se fragilizam mais e outras que são mais resistentes diante das crises. "Qualquer pessoa é única, com sua estrutura psíquica. Temos um elenco de respostas a situações ameaçadoras, com mecanismos de defesa, que são naturais, uma energia psíquica", explica Rosaly. À medida que a violência é mais intensa, pode-se dizer que os mecanismos que regulam essas defesas têm dificuldades de manter a integridade. "Nesse ponto, pode estar representado um ponto de ruptura, resultando em quadros psicóticos", diz Rosaly.

O nível psicótico pode ser passageiro. "Os casos mais graves estão relacionados a fatores biológicos, psicossociais e psicológicos. Pode-se dizer que há predisposição e que existem quadros passíveis de desencadear essa situação", afirma a psicóloga da UNIFESP. Como sintomas, a pessoa pode apresentar comportamento de estranhamento de si mesma, irritação, desejo de se isolar e ideias delirantes de perseguição. "Muitas ouvem, por exemplo, ameaças, trovões ou têm 'visões'. Em situações mais graves, podem desenvolver esquizofrenias", afirma Rosaly.

Outra manifestação diante de um enfrentamento de crise humanitária é a desestruturação psíquica. "As pessoas acabam vivenciando, o tempo todo, as cenas do episódio do desastre, acordadas ou por meio de seus sonhos e pesadelos. Mas elas sabem que o fato não está acontecendo", explica a pesquisadora do Programa de Atendimento de Pesquisa e Violência da UNIFESP. O que há em comum tanto no quadro psicótico e na desestruturação psíquica é que o sofrimento intenso ocorre em ambas as situações.

Segundo a psicóloga, o estresse pós-traumático pode ser decorrente desses tipos de manifestações a que se agregam a depressão e o transtorno de pânico. "Por exemplo, o quadro do estresse pós-traumático tem a possibilidade de ocorrer após um mês ao evento de crise, com o indivíduo revivendo intenso sofrimento. Ele passa a não sair mais na rua, não consegue ouvir mais as notícias. Tem medo de que aconteça alguma coisa", diz Rosaly. Isso acarreta prejuízo tanto ao relacionamento interpessoal como ao profissional.

"Depois desse um mês e meio, aproximadamente, esses sintomas progressivamente vão se diluindo. A pessoa pode, em alguns casos, se distanciar dessa situação grave e fazer um esforço para retomar a sua rotina. Mas após meses, diante a uma nova situação de violência, há a possibilidade de desencadear todos os sintomas de uma vez só", alerta Rosaly.

 


 

A assistência psicológica a vítimas de tragédias, como o tsunami, pode durar meses. Há casos em que o surto ocorre semanas depois do evento traumático


Voluntários precisam reconhecer seus limites

A psicóloga Alessandra Moreira Fernandes, docente nas áreas de Ética Profissional e Psicologia Aplicada do Centro Formador de Enfermagem da Cruz Vermelha, em São Paulo, afirma haver a necessidade de um cuidado psicológico na seleção de colaboradores para missões humanitárias, assim como também um cuidado após a realização delas.

"O voluntário precisa reconhecer o seu limite e perceber que deverá doar o que pode. Cada um precisa identificar sua aptidão e potencial para o trabalho que estará exercendo e ter consciência de que as escolhas dos trabalhos não significam fugas emocionais", explica Alessandra. Diante dessa avaliação, será possível verificar se a pessoa está habilitada para o trabalho de campo ou para outras contribuições, como na triagem de donativos, por exemplo.

Em outro momento, é necessário haver encontros em grupo para trocas de experiências entre as pessoas que exerceram atividades em campo, que lidaram com temas como os sentimentos de impotência. "Precisam perceber que essas reações fazem parte do processo e que todos, em algum período, tiveram sensações semelhantes", explica.

 

TRAUMA E SUPERAÇÃO

O estresse pós-traumático, segundo a especialista, é considerado um problema de saúde pública desde a década de 80. "Antes só se consideravam as neuroses de guerra e não se levava em conta situações de catástrofe e violência", explica Rosaly. As vivências de intensa ansiedade e terror ainda podem levar a abuso de substâncias entorpecentes.

"Quando as vítimas lidam com a perda de pessoas queridas de forma drástica, há uma situação de luto e é importante que elas possam chorar e manifestar as emoções pela perda de seu ente. É melhor lidar com a realidade do que lidar com um vazio", diz a psicóloga. Segundo ela, é importante expressar a tristeza e a dor. "Se isso não ocorre, vai se constituir em mais um fator agravante favorecendo quadros mais graves de transtornos de estresse pós-traumáticos", afirma.

Em crises humanitárias geralmente existem pessoas que foram mutiladas. "Ao perder um membro do corpo, essa pessoa deve ser incentivada a se reorganizar naquilo que ela ainda pode fazer, sem ser superprotegida. Essa descoberta de saídas realísticas é essencial com o passar do tempo porque significa conquistar espaço de direito e autonomia", explica Rosaly.

 

De uma maneira geral, depois de configurada a rede de suporte social, em muitos casos há a necessidade posterior de tratamento psicológico de vítimas e de cuidadores, às vezes aliando a parte medicamentosa à psicoterápica. "No caso de pessoas com quadros psicóticos, em que elas estão cognitivamente alteradas, pode haver também um trabalho associado de psicoeducação, com a família, para que encontre meios de conviver e lidar com a questão", explica a psicóloga da UNIFESP.

Nos casos de estresse pós-traumático, a psicoterapia é utilizada para que a pessoa possa entender o que ocorreu com ela e saber como responder a situações de ameaça e perigo. "Ocorrem muitos quadros, entre um e quatro meses depois do incidente, que provocam sintomas de rememoração e isolamento que acabam levando a um prejuízo em várias áreas da vida. Por isso, só a medicação não ajuda", diz Rosaly.

Quando se trata de estimar o tempo para a superação, o psicólogo Márcio Gagliato diz que, por muitas vezes, leva-se até dois anos de trabalho. "Até três meses após o incidente deve haver um monitoramento próximo à vítima, como também aos que são expostos ao trauma secundário, como os profissionais e os voluntários. Uma criança é mais vulnerável por ter menos recursos de elaborar experiências do que um adulto. Teoricamente é um grupo com mais dificuldade, mas vai depender de várias situações, como a cultura", avalia.

SERVIÇOS

CRUZ VERMELHA: (Estado de SP):
http://www.cvbsp.org.br/

CARE INTERNATIONAL (Brasil):
http://www.care.org.br

MÉDICOS SEM FRONTEIRA (Brasil):
http://www.msf.org.br

PROVE/UNIFESP:
http://www.unifesp.br/dpsiq/prove/

SAVE THE CHILDREN UK: Brasil:
http://www.savethechildrenuk.org.br/save/

 

 

Sucena Shkrada Resk é jornalista e escreve para esta publicação