Acidentes levam à UTI os recursos públicos
O Progresso - Dourados - MS
 
2.Dez.2008 | Oslon Carlos Estigarribia Paes de Barros*

Começo esse artigo com uma pergunta: Quem mais sofre quando um acidente acontece no trânsito de Dourados? Sem dúvida alguma, num primeiro plano, estão os parentes da vítima, mas na rabeira do sinistro está também o Estado, o Município e, finalmente, todos os contribuintes.
Isso porque na sequência dos fatos, mais recursos são retirados do setor da saúde que, cada vez mais, precisa de profissionais específicos, ambulâncias equipadas (que exige mais combustível e o petróleo está exorbitante), além de especialistas como neurocirurgiões, ortopedistas, cirurgiões de abdome e tórax, plantonistas, enfermeiros e auxiliares.
Se lá naquela rua tem um corpo estendido e as famílias estão chorando a perda do ente querido, a população não sabe, mas sofre junto. O dinheiro aplicado na saúde, muitas vezes poderia estar sendo utilizado no esporte, segurança, educação e lazer. A mãe, que reside na periferia, por exemplo, poderia ter creches para a educação do filho; na segurança, mais equipamentos para a polícia trabalhar; na educação, mais recursos didáticos e salários para professores; no esporte, novos centros esportivos para a garotada em formação; enfim, os recursos poderiam ser melhores aplicados, mas não o são porque os acidentes de trânsito, quando acontecem em série, levam à UTI os recursos públicos.
Em razão disso, a SEMHSUR, através da Superintendência de Transporte e Trânsito, não tem medido esforços no sentido de minimizar - e até resolver - o problema.
Nossa ação foi didática na esperança de educar o ciclista, motociclista, motorista e carroceiros na importância de se dirigir com seguraça. A educação acontece também nas escolas, uma vez que as crianças e jovens, bem orientados, se transformam em parceiros no objetivo de se preservar a vida em vez de perdê-la em meio ao lazer.
Foram muitas as iniciativas entre elas o programa ‘Madrugada Viva’ em que saímos à noite, nos finais de semana, para reeducar os jovens sobre a importância de se dirigir sem estar embriagado, respeitando sempre os pedestres e as sinalizações. Estamos sinalizando as bicicletas e carroças, dentro do projeto ‘Bicicleta Sinalizada’, para sejam visualizadas durante trajeto noturno. Já chegamos a 60 mil bicicletas e a mil e duzentas carroças devidamente adesivadas.
Entretanto, nada disso tem importância se o cidadão não entender, de uma vez por todas, que ele tem que dar a sua contribuição. É imprescindível que, ao sair de casa, que ele saia munido de respeito pelo próximo, pelas leis de trânsito e que tenha muita tolerância. Que ele entenda que a bebida realmente não combina com o ato de dirigir e que a pressa, aliada à negligência, muitas vezes, leva à morte.
Enquanto gestor público, o Executivo, na pessoa do prefeito Laerte Tetila, jamais evitou esse tipo de assunto. Ao contrário: buscou na sua equipe as ações propositivas que dessem o respaldo, sobretudo, segurança à sociedade, respeitando o seu direito sagrado de ir e vir. No seu direito de retornar para casa com tranquilidade.
Esse trabalho vem sendo desenvolvido, ao longo de toda gestão, por meio de palestras educativas e cursos sobre segurança no trânsito, com a participação efetiva das escolas, sindicatos, Guarda Municipal, fiscalização, empresas, Corpo de Bombeiro, SEST/SENAT, e DETRAN.
Juntos, arregaçamos a manga e fomos à luta, uma luta que não pára, que continua por nós e por todos.

*Superitendente de Transporte e Trânsito Prefeitura de Dourados; e Conselheiro do Cetran MS.