Atenção especial para os prematuros
Paraná
[04-12-2008]
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que anualmente, nascem 20 milhões de bebês prematuros, em todo o mundo. Os números justificam-se pelo aumento do número de gestações tardias – acima de 35 anos - e durante a adolescência. Essas crianças, que tiveram um desenvolvimento abaixo de 37 semanas, precisam de cuidados muito específicos e, graças aos avanços da área da saúde, hoje apresentam grandes chances de sobrevivência. “Nas últimas décadas, houve uma melhora consistente nas chances de sobrevida dos recém-nascidos. Isso se deve à incorporação crescente de novas tecnologias e práticas, tanto de novos aparelhos desenvolvidos quanto à melhor capacitação dos profissionais que atendem a esses bebês”, afirma Fabíola Tomaz Felizari, enfermeira especialista em UTI Neonatal e professora da ETECLA – Escola Vicentina Técnica de Enfermagem Catarina Labouré.

Os bebês que nascem antes de a gestação estar concluída apresentam os órgãos formados, entretanto as suas funções ainda estão imaturas, por isso o prematuro precisa de um atendimento personalizado e individualizado. “Houve uma grande evolução na forma como o recém-nascido passou a ser percebido: um indivíduo com o direito ao melhor cuidado disponível. Por essa visão, passou-se a buscar uma capacitação mais adequada e o maior comprometimento dos profissionais que fazem o atendimento ao bebê prematuro”, observa a enfermeira.

A tecnologia também se tornou uma aliada à saúde desses bebês. Hoje, as UTI’s neonatais contam com novos aparelhos e materiais, como, por exemplo, novos medicamentos, técnicas de ventilação mecânicas apropriadas para o recém-nascido e o cateter central de inserção periférica, que permanece mais tempo que o cateter normal. “Algumas técnicas de cuidado também evoluíram. Atualmente, utilizamos redes adaptadas para incubadoras, que permitem ao prematuro uma sensação semelhante a que ele tinha no útero materno, dando maior estabilidade à sua condição clínica”, exemplifica Fabíola.

Houve também uma conscientização sobre a importância dos pais na saúde do recém-nascido. Assim como os bebês saudáveis tem direito a ficarem permanentemente com suas mães, por meio do alojamento conjunto, os prematuros também podem contar com a presença dos pais na UTI neonatal. “Isso permite que os pais envolvam-se com os cuidados de seu bebê, aumentando o vínculo afetivo entre eles”, garante a professora.

Diagnóstico

São muitas as causas que levam ao nascimento prematuro de um bebê. Elas podem estar relacionadas com a mãe, com a formação do feto ou com fatores externos. Em muitos casos, os exames pré-natais, cada vez mais modernos, permitem identificar os possíveis riscos de prematuridade, alertando para a necessidade de um acompanhamento mais detalhado. “Os exames realizados durante a gestação podem indicar a possibilidade de nascimento prematuro, pois avaliam o bem-estar do feto e, se for o caso, alterações na gestação. Assim, se necessário, é possível intervir precocemente, diminuindo os riscos para mãe e bebê”, explica.