CRIME EUTANÁSICO EM CURITIBA

   

BILHETES REVELAM O MODO CRUEL DOS ASSASSINATOS NAS UTIS

MÉDICO RESPONSÁVEL TÉCNICO ERA TITULADO DO GRUPO AMIB/AMB

"São Diálogos Normais na UTI  ... Estão fazendo sensacionalismo no caso " Cintia Magalhães carvalho Grion - SOTIPA/AMIB/AMB

" Diálogos podem estar sendo mal interpretados" - José Mario Teles - AMIB/AMB

O CORPORATIVISMO VENCEU A ÉTICA - Assim começa a entrevista com Presidente da SOBRATI, Doutor Douglas Ferrari, médico há quase 30 anos e que se diz indignado com o Caso Curitiba, que a apuração deve ser rígida e não pode ser esquecida em respeito às vítimas e a classe médica ética brasileira. Finaliza que a lei do silêncio foi imposta e que os intensivistas devem fazer um julgamento e juízo de valores daqueles que falam em nome dos médicos brasileiros.

 

Ji - Dr. Ferrari, como o Sr. viu o Caso-Curitiba ?  Com muita gravidade. Uma situação, segundo autoridades de Curitiba, que vinha acontecendo há anos. Acredito sinceramente que os desdobramentos deste Caso devem ser terríveis, pois não são poucas as pessoas que sabiam e compartilhavam com esta imoralidade e Crime.

Ji - Mas não se tratou de Eutanásia, ou seja, um alívio ao paciente ?

Em primeiro lugar a Eutanásia é Crime no Brasil. Mas o que em Curitiba está muito longe de ser eutanásia, a qual somos contra, foi um verdadeiro assassinato em massa, segundo as autoridades da cidade, pois utilizavam um "coquetel da morte", paralisavam pessoas, impediam de respirar, diminuiam oxigênio, as matavam de forma cruel, isto segundo o próprio médico sindicante responsável e que tem acesso aos prontuários.

Ji - Então por que os médicos da Associação Médica Intensiva Oficial representante do CFM/AMB estão dizendo que são diálogos normais e condutas podem estar sendo mal interpretadas ?

Não conversei e não os conheço, sou representante de uma associação oficial da saúde intensiva interdisciplinar que não compartilha com corporativismo. Acredito, segundo declarações veiculadas na imprensa, que defendem que não houve o crime, pois declaram que são diálogos normais e pode estar havendo má interpretação, segundo eles mesmos declaram. Pessoalmente, e como cidadão, tenho que acreditar nas Instituições brasileiras como MP e Polícia Civil, além do Sindicante Médico. O próprio médico diz que está sofrendo pressões. Acredito que não haja interesse para ninguém, digo do corporativismo, que este caso seja efetivamente apurado.

Ji- Quais foram as medidas, sendo o Sr. o presidente da SOBRATI, que foram tomadas?

Encaminhamos pareceres às Instituições oficiais, solicitamos a OAB de Curitiba a abertura processual pública e estamos constantemente provocando o debate. Mas há um processo corporativo CFM/AMB/AMIB que tenta nos desqualificar perante a sociedade brasileira, já que não compartilhamos com a defesa cega do médico e atuamos na preservação da saúde da população como fim do Ato Médico, apoio ao Mais Médicos e posições contrárias a Eutanásia e Aborto. Não vamos deixar o caso ser esquecido.

Ji- Por que os médicos intensivistas das associações coligadas ao sistema não se manifestam?

Este caso é emblemático, mostra que o Corporativismo venceu a Ética. Há a Lei do Silêncio, são muito bem articulados, desqualificam Instituições, pessoas e vão contra Políticas de Estado colocando em risco projetos que a população brasileira aprova. Alegam que tem que aguardar o fim da apuração, mas a própria lei diz que a comprovação dos fatos e seus registros mostram o Crime, buscando os autores, portanto, na minha opinião pessoal, silenciam propositadamente. A classe intensivista já está julgando esses profissionais, pois normal é de esperar uma atitude mais contundente e ratificar de forma efetiva as apurações já conclusivas, pois é a honra da classe intensivista que está em jogo.

Ji- Finalizando, qual a pretensão da SOBRATI neste Caso?

Não esquecer. É uma forma de respeito às vítimas e a classe intensivista brasileira. Vamos acompanhar e registrar todas as etapas. A população e a sociedade intensivista precisa ter conhecimento dos fatos na íntegra. Precisamos saber o que efetivamente ocorreu, quem são os responsáveis e punir com o rigor da lei e da ética quem fez, quem se omitiu, quem apoiou, que se silenciou.

Obs: A jornalista JMC solicitou a sua não identificação em função de receios a sua integridade pessoal.

 

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